Bom dia, minha gente!
Desculpem
pela semana passada! Saiu o pagamento e pagamento vocês sabem como é... Sair
distribuindo dinheiro por aí... As contas nem me deram tempo para escrever no
meu blog. Mas, enfim, estou aqui novamente.
Como
nos dois últimos meses me dediquei inteiramente à leitura de dois livros de
literatura estrangeira, vou me arriscar a fazer críticas nesse artigo.
Em
primeira mão, li O SÍMBOLO PERDIDO, de Dan Brown. Livro que ganhei de presente
de minha amiga e colega de profissão, Sirlene Aliane.
Quem
leu O CÓDIGO DA VINCI e ANJOS E DEMÔNIOS, o livro é da mesma linha. O que muda
mesmo é o objeto centralizado. O alvo agora é a Maçonaria. Até o personagem
principal é o mesmo: Robert Langdon. Isso, esse mesmo. O mesmo dos dois livros
anteriores. Dan Brown nem se deu ao trabalho de trocar um pouco o personagem e
poderia variar um pouco: dar um desfecho mais propício para o pobre professor.
Se em O CÓDIGO DA VINCI e ANJOS E DEMÔNIOS Langdon termina sem um romance,
nesse continua sem um grande amor. Será se professores não tem direito de amar?
Muito perspicácia por parte do autor. Não li FORTALEZA DIGITAL, PONTO DE
IMPACTO e nem CONSPIRAÇÃO DA BIFANA mas ao que tudo indica escrever sobre
relações amorosas e a descoberta daquele grande amor (aqueles que sempre dão um
toque especial em qualquer livro lido) não são o forte de Brown. Talvez nesses
outros três livros, ele tenha sido mais cauteloso, mais sentimental...
Outro
ponto negativo que percebi: a narrativa fica cansativa pois o Brown quer chamar
muito a atenção do leitor. Já assistiram os programas do João Cléber na RedeTV!
? Se lembram quando a história ia ficando interessante ele dava aquele berro:
PARA AÊ! E chamava as propagandas? Dan Brown parece ter aprendido essa técnica
com o próprio Cléber. Bem no começo do livro aquilo me chamou a atenção, mas
depois cansou muito e deixou minha curiosidade onde o Judas perdeu as botas.
Muito chato esse tipo de leitura. Não deixa a gente à vontade. Parece que o
autor nos abraça muito forte e não quer soltar, nos forçando sempre a ler mais,
sendo que dava para se prever que o que vinha à frente não tinha nada de
interessante. Eu sempre me perguntava: Ah, é só isso? Sempre ficava
decepcionado com os desfechos dos
capítulos que eram chamativos para os posteriores.
E
o final do livro? Nada de interessante. O vídeo que Langdon assiste no
helicóptero não tem nada de surpreendente e qualquer um pode perceber a grande
balela que o autor tentou nos colocar goela abaixo, muito diferente do desfecho
de O CÓDIGO DA VINCI, sobre descendência de Jesus e Maria Madalena. Por o
segredo da maçonaria à tona não foi um grande chamativo para o final do livro,
enfim nada se sabe realmente sobre o segredo que a maçonaria carrega (nem os
maçons sabem, seu grande segredo nunca revelado é que eles nunca admitem que
não sabem nada. O grande segredo é que eles não sabem o segredo)e o suposto
vídeo do ritual maçônico, Brown quer impressionar com algo bem simples, o que
tornou minha grande decepção maior. Não li O CÓDIGO DA VINCI e nem ANJOS E DEMÔNIOS, mas assisti os
filmes. As histórias são mais atrativas e com desfechos mais interessantes e
mais trabalhados. O SÍMBOLO PERDIDO deixou a desejar frente aos dois anteriores,
assim penso eu, tendo como base os filmes e não os livros.
O
outro livro sim, uma grande história da Segunda Guerra Mundial mesclada à
infância de uma menina abandonada e à vontade de sempre estar lendo, uma fuga
da realidade da cidade de Munique onde fila de judeus desfilavam pela sua rua,
revelando a miséria da guerra e do ser humano.
A conexão entre o livro e nós é surpreendente, dramática e realista como
imagens aos nossos olhos. Marcus Zusak, grande escritor australiano, acertou em
cheio na narrativa e mesclou bem os tópicos acima descritos, sem nem deixar a
leitura cansativa, despertando curiosidade e deixando o leitor sempre à vontade.
Posso dizer com veemência que esse livro
não é daqueles tipos de literatura estrangeira comerciais, mas uma grande
narrativa que vem ao acaso, e, pelo que anda falando pela internet, vai ganhar
adaptação cinematográfica.
Estou
falando sobre A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS, de Marcus Zusak (esse ganhei da
minha namorada). Quem leu e não gostou por favor poste um possível comentário
nesse post. Muito emocionante, intrigante e realista. Fiz força para não chorar
em certos trechos da narrativa, tamanha sua visão e amplitude de detalhes. Eu
também estava em Munique, junto com Liese Memimger e com a Morte. As imagens
ainda sondam pela minha mente quando escrevo esse artigo.
A
idéia principal é a seguinte: Liesel Memimger, ainda criança, é obrigada a
mudar para Munique pois as consequências da Segunda Guerra se agravavam em sua
cidade natal, mas seu irmão morre no trem de viagem e ela é separada da mãe ao
chegar na cidade. É adotada por um acordeonista e por uma lavadora de roupas e
já no enterro do irmão, rouba seu primeiro livro. “Como sua nova família é muito pobre, Liesel tem que ajudar sua mãe a
pegar roupa suja para ser lavada e passada, então a menina que roubava livros
conhece a esposa do prefeito, que a deixa entrar em sua casa para ler os livros
de sua biblioteca particular. Como os tempos começam a ficar difíceis, sua mãe
vai perdendo clientes, e sua última cliente é a esposa do prefeito, que ao
deixar de pedir para Rosa lavar suas roupas E LIESEL NÃO QUER MAIS SABER DE
VOLTAR LÁ. Com isso Liesel e seu amigo Rudy começam a roubar livros da
biblioteca da casa do prefeito.
Hans, pai da
Liesel, foi soldado na Primeira Guerra Mundial e, quando seu melhor amigo morre
em combate, ele promete que iria cuidar do filho desse amigo se a sua esposa
precisasse. Um dia, um judeu bate na porta de Hans Hubermann e é Max
Vandenburg, o filho desse seu amigo de guerra. Max é judeu e tem que se
esconder dos soldados. Ele fica no porão da casa de Liesel, e os dois viram
grandes amigos. Mas a guerra está se expandindo e, com medo de ser descoberto e
de encrecar a família de Liesel, Max vai embora.O pai de Lisel e o pai de Rudy
são chamados pra ir para guerra. Hans acaba quebrando uma perna e é mandado de
volta para casa. Liesel decide não rouba mais livros da casa do prefeito e
deixa um recado para Ilsa avisando. Ilsa vai até a casa de Liesel e lhe dá um
livro de capa preta para que Liesel escrevesse a sua propria historia. Liesel
começa a escrever no porão da casa e demora horas para decidir o que irá
escrever. Depois ela acaba escolhendo o titulo que acaba sendo " A menina
que roubava livros - uma pequena historia de Liesel Meminger.
Um dia, durante a
marcha dos judeus, Liesel vê Max sendo levado para o campo de concentração.
Alguns dias depois, a rua onde ela morava é bombardeada e todos, menos ela
(porque estava no porão escrevendo o seu livro), morrem. Ela vê Rudy no chão
morto e o beija. Ela passa a morar com a mulher do prefeito. Depois o pai de
Rudy volta da guerra e reencontra Liesel. Max sai vivo do campo de
concentração. A morte, ao encontrar Liesel muitos anos depois morando no
subúrbio DE SIDNEY, NA AUSTRÁLIA, com filhos e casada, entrega o livro que no
dia do bombardeio ela deixou para trás e diz para menina: Os seres humanos me
assombram.” (Fonte: http://neewson-line.blogspot.com.br/2010/04/livros-menina-que-roubava-livros-markus.html
)
Quem lê esse
pequeno resumo que achei na internet não vê nada demais na narrativa. Mas nesse
resumo não dá o toque dramático e chamativo de Zusak, que faz nossa paixão por
Liesel e suas dificuldades tomarem dimensões incomensuráveis. As características
psicológicas dos personagens são bem sutis, a ponto de nos fazer odiar, amar,
sentir desprezo, raiva. A leitura nos carrega de sentimentos bem dualistas por
breves momentos, provocando inquietudes, aflições, aqueles “apertos” que
sentimos em filmes de muita ação. Me fez rir, afinal, Zusak viu que merecíamos uma
distração da tensa história, mas alternava para o drama logo após, nos fazendo
ficar serenos e até prestativos com os pobres personagens.
História de tristezas, poucas
alegrias, de coragem e superação. Super recomendado para quem não leu e esteve
com dúvida se gostaria ou não. Vale a pena.
E por último, para os
anagnosófilos como eu, mostro uma foto do ereader da Positivo Alfa que comprei
recentemente. Muito bom e vale a pena para quem lê muito e não tem dinheiro
para ficar gastando com livro. O preço dele é meio salgado mas para pessoas que
como eu “consomem” muitos livros, é uma boa. Estou lendo agora nele A ARTE DA
VIDA, do sociólogo Zygmunt Bauman e SENHORA, de José de Alencar. Tenho vários outros mas por agora me detenho
nesses.
Muito obrigado pela atenção e
até o próximo artigo.