Discussão Dorense

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sábado, 19 de maio de 2012

Reinvenção dos termos


          Alguns dos leitores do meu blog não acharam um pouco estranho um termo que coloquei no post passado, de nome “anagnosófilos”? Alguém teve curiosidade de saber o significado desse termo?
            Eu criei esse termo para dar ênfase à minha colocação sobre a leitura em si. Procurei em dicionários gregos on-line e vi que poderia chegar naquela conclusão, reforçando essa ideia através do vocabulário grego, tão usado em nosso cotidiano. O termo mais recorrente usado hoje para se designar “apaixonados por leitura” é “anagnosia”. Mas tive uma liberdade de escrita e criar meu termo, porque minha paixão por leitura vai muito além do que uma simples paixão. É amor sublime, incontestável. Por isso, anagnosofilia (ANAGNOSIA =ΑΝΆΓΝΩΣΗ = LER, LEITURA,  PHILIA=ΦΙΛΙΑΣ=AMIZADE, AMOR).  O significado de PHILIA foi aos poucos sendo transformado e o significado de simples amizade foi se transformando em amor sublime, em tradução de amizade muito próxima, longe de ter um sentido ÁGAPE, mas de uma aproximação muito grande. O termo FILOSOFIA traduz-se como amor ao saber, PHILOS=AMOR e SOPHIA=SABER e não amizade ao saber. AMOR mesmo, sem precedentes.
            Temos passado por sérias transformações em termos desse tipo. E tirado conclusões precipitadas quando ouvimos certas coisas sem ao menos sabermos a origem da palavra. Quem não se revolta ou estremece quando ouve o termo PEDOFILIA? Termo julgado pela psicologia e pela psiquiatria como um tipo de patologia, descrevendo a doença como uma “perversão sexual, na qual a atração sexual de um indivíduo adulto ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes (ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade) ou no início da puberdade.” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedofilia). Vamos ver passo a passo sua origem no grego. Primeiro, traduz-se PAIDO=παιδό=CRIANÇA e PHILIA= ΦΙΛΙΑΣ=AMIZADE. Para definir a patologia, o termo PHILIA, nesse caso como em outros, seu significado retoma dimensões além de sua essência e deturpa totalmente o significado. Quero dizer que pedófilo é, em sua essência, uma pessoa que tem amor verdadeiro por crianças e que querem verdadeiramente o seu bem. Estou falando puramente pela semântica e o que ela significa. Quem é filósofo não é doente e não quer prejudicar o saber e quem é anagnosófilo não quer matar a leitura e nem lhe fazer algum mal. Philia, quando se tratando de designar algo relacionado a pessoas e não à coisas, redefiniu totalmente seu sentido, tomando significado de  "amizade", "afinidade", "amor", "afeição", "atração", "atração ou afinidade patológica" ou "tendência patológica", segundo o dicionário Aurélio. Quero deixar claro que vim aqui para remontar à origem das palavras e dar seu verdadeiro significado e alertar os leitores e tirá-los da “caverna” do cotidiano e do senso comum. Philia é amizade, amor, não tortura, estupro, morte. Esse é o seu verdadeiro significado. Quando vemos alguma palavra terminada com filos, filia ou algo dessa ramificação, fiquemos atentos. Saberemos que ela vem do grego e que o significado pode não ser o que parece.
            Há outra redefinição de termo que me deixa indignado, pois exclui as possibilidades de discussão e se faz superior a todas às outras ciências, é o termo HOMOSSEXUALISMO. A psicologia e a psiquiatria, ao chegar à conclusão depois de vários testes e verificações afirmando que homossexualismo não é doença, simplesmente disse HOMOSSEXUALISMO NÃO EXISTE. O QUE HÁ ENTRE NÓS É HOMOSSEXUALIDADE. Sim, o sufixo “ismo” realmente designa aquilo que é referente à doença, no campo da medicina e consequentemente, de suas especializações. Vejamos os exemplos: bruxismo (deficiência que nos faz ranger os dentes durante à noite, quando dormirmos), sonambulismo (falar e conversar durante o sono), alcoolismo (dependência ao álcool), tabagismo (dependência do cigarro) e por aí vai. Mas não podemos nunca esquecer que a medicina não é a única ciência admitida na sociedade. Querer impor uma mudança de termo nesse sentido é no mínimo uma falta de ética e se querer fazer superior a todas às outras. A filosofia também é uma ciência e ela trata esse assunto como homossexualismo, e não como manda a medicina. O sufixo “ismo” na filosofia tem outra semântica, dando significado único para termos próprios de seu interesse, que é o de assuntos em geral que podem ser discutidos e de problemas sociais ou subjetivos. Então, podemos falar com certeza: HOMOSSEXUALISMO SIM. Vejamos exemplos de sufixo “ismo” na filosofia que se refere a assuntos propostos que podem ser colocados em debate: marxismo, cristianismo, islamismo, realismo, positivismo.
            O sufixo “ismo” não se refere somente às doenças. Também se refere a sistemas e assuntos de debates. Se vamos discutir os problemas dos homossexuais na sociedade, com certeza teremos toda liberdade e sem medo de dizer HOMOSSEXUALISMO, sem querer dizer se referirmos à doença ou se estamos tratando tais cidadãos com relativo preconceito.
            Atentemo-nos para tais definições para julgarmos com mais capacidade tais conclusões e assim aumentar nossa capacidade de realidade e senso crítico diante de tal bombardeamento da mídia e das ciências ditas como superiores.
            

3 comentários:

  1. Verdade, meu amigo! O problema é que a sociedade vai ficar na dúvida sobre o que é o homossexualismo... Certa vez um professor nosso advertiu a turma quanto a ter cuidado em usar o sufixo ismo. De repente as ciências deveriam todas ter a cautela em conceituar seus termos.

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  2. Ah, entendi o que é um anagnosófilo, kkkkkk...boa!

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    1. Se lembra da Rita Laura, professora de Psicologia da Educação? Ela disse com toda certeza que era um grande erro dizermos homossexualismo, porque isso não era doença. O certo era dissermos homossexualidade. Valeu pelo comentário.

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