Discussão Dorense

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O EXORCISMO DE NATAN - capítulo 1

Aos meus queridos leitores,

Apresento-lhes o início de uma novo tempo na minha escrita.
Estarei apresentando um novo estilo literário distinto da filosofia e da crítica política, que sempre foi meu interesse e na qual tenho muito estudado.
Agora apresento uma novela, não sei quantos capítulos, mas estarei dando continuidade numa história no qual estou postando o primeiro capítulo.
Não terei como postar imagens para chamar mais o público como nos outros artigos, mas conto com o interesse de todos e também os comentários sobre a história.
Um abraço a todos e boa leitura.

Breno Lucas.



O EXORCISMO DE NATAN

        

CAPITULO I

 

- Vi Papai Noel ontem trazendo meus presentes.

         Apesar de seu estado debilitado, Natan ainda encontrava ânimo para o espírito natalino, ocasião em que lhe era muito agradável pois presentes era e continua sendo sua coisa preferida.

         Natan tinha 9 anos, nascido de cesariana. Ficara 3 semanas internado mas nem por isso tanto ele quanto sua mãe deixaram de ter uma vida saudável.

         Márcia, mãe rigorosa com os costumes da família e nem sempre participativa com a cultura local, salvo a religião, também gostava do Natal.

         - Viu mesmo? Papai Noel só traz presentes para crianças que se comportam bem durante o ano todo.

         Natan tinha andado bem doente no último mês. Dezembro era o período em que mais resplandecia a alegria em seu semblante e nem mesmo as dificuldades que as complicações da saúde lhe afetavam não a tirava do seu rosto.

         O pai havia morrido há dois anos vítima de infarto. Márcia sofreu bem mas compensou no Natan o carinho de mãe suprindo a necessidade dos afetos paternais. Com quatro semanas ele já brincava de pega-pega com os amigos da escola sem sentir tanto a falta do pai.

         Márcia não queria que a doença o afetasse num período tão especial e preparou um Natal bem diferente dos outros anos, com pernil, doces, balas, refrigerante e uma janta bem peculiar.

         A dieta balanceada de todo ano nessa noite do dia vinte e quatro seria esquecida. Batata-frita, feijão-tropeiro, lasanha fizeram os pratos principais da noite, incluindo o pernil e os refrigerantes. Muita comida para só duas pessoas.

- Amanhã teremos já o almoço pronto – pensou ela, pondo a mesa.

Mas a doença do seu filho a incomodava.

Natan nunca tivera problemas graves de saúde e agora, justo agora, aparecera com uma doença incomum. O que antes parecia um simples problema intestinal se tornara um problema sem solução.

Vomitava muito no início dos sintomas. E tanto era a freqüência que já não havia mais o que por para fora. Foi assim que começou a vomitar sangue. A solução imediata foi correr para os médicos de plantão da cidade de Hulha Negra. Médicos não. Médico. Ficou de observação de um dia para outro,sendo transferido para Porto Alegre no dia seguinte, tamanha a gravidade do problema.

Com os recursos apropriados, em uma semana estava de volta à cidade. Sua mãe estava ansiosa porque queria ele em casa no Natal, afinal sua vida só tinha sentido com seu filho ao seu lado. Havia orado muito por aquele milagre. Todos os seus amigos evangélicos oravam incessantemente todos os dias para a saúde de Natan.

Sim, Deus havia ouvido suas preces. Natan havia se curado. Jesus olhou por aquela família e reestabeleceu a paz e o sossego sobre aquela casa, dando alívio para o coração torturado de mãe. Alívio que também ajudara a aposentadoria gorda do marido falecido, beneficiário do INSS e aposentado pelo Banco do Brasil e que pagara todas as despesas do hospital e de transferência urgente de uma cidade a outra.

Sua casa ficava na avenida principal da cidade e sua família era a mais nobre. Denominação essa herdada de seus antepassados quanto de seu finado marido. O casamento não deixou de ser feito por famílias abastadas e por interesses econômicos. No fim das contas os pais do moribundo faliram mas, pela estranheza de um casamento planejado em pleno século XX, os dois realmente se apaixonaram. Tiveram uma vida feliz até o problema de coração atingir fatalmente o pai de Natan. Márcia superara a morte dele e agora era hora de reunir mais forças para a doença do filho muito amado.

  Sua morada era na esquina da principal avenida da cidade. Casa de dois andares, um amplo jardim com roseiras, tulipas e um ipê amarelo bem rente ao muro que dava para a rua. Muro esse que distava de uns quatro metros da rua até à porta da casa, dando passagem ao centro do jardim muito bem gramado com pequenos paralelepípedos acizentados e sujos do tempo.

            A porta era de vidro fumê, com as bases de ferro puro, dando um peso enorme ao puxá-la para dentro. Era o maior orgulho consumista de Márcia. Pintada com um tom cinza envelhecido, dava um aspecto bem peculiar à porta, fazendo única a casa de todas as outras e causando inveja àqueles indivíduos que gostavam de objetos bem extravagantes. Tinha todo suporte de ser metal importado, assim como mentia Márcia para suas amigas ao relatar copiosamente de suas antiguidades alojadas na casa, deixadas de herança pelos avós e bisavós. A mais pura realidade foi que ela atormentara seu marido ao ver essa porta numa loja especializada em Porto Alegre até ele enfim ceder aos seus caprichos. Ele achou graça nela também ao ver seu peso e supôs a dificuldade de um ladrão ao tentar arrombar sua casa. Afinal, uma porta daquela natureza não seria tão fácil de ser posta abaixo.

A pintura era de um amarelo cor-de-sol. A frente da casa era simples, composta pela porta no centro, duas janelas no andar de baixo de frente para o jardim e duas janelas também no andar de cima, feitas para a luz do dia iluminar o quarto de Natan. Tudo bem planejado para o conforto do filho e para a ventilação naquela parte da casa.

Na semana do Natal, ao voltar de um dos cultos festivos natalinos com sua mãe numa segunda-feira dia dezenove, o menino pôs a queixar-se de dores de cabeça.

- Minha cabeça dói muito, mamãe!

- Você não fica um minuto quieto no culto, menino. A cabeça tem que doer mesmo. Vamos rápido pra te dar remédio em casa.

- Não quero remédio com gosto ruim.

- Mas vai ter que tomar. É o melhor, senão Papai Noel não vem.

Só assim para Natan tomar o remédio de bom grado. Bebeu vinte gotas de Novalgina sem fazer cara ruim – Márcia deu um leve sorriso – e depois se deitou.

- Deixa a janela aberta pra mim?

- Quer que entre uma aranha no seu quarto fique passeando na sua barriga?

- Cruz credo!

- Pois é! Agora vá dormir que o Papai Noel está a caminho.

- Mas não é semana que vem que ele chega?

- É, mas pra ele entregar presente para crianças do mundo inteiro ele começa a viajar hoje.

- É mesmo?

- Nossa, você não sabia disso? – perguntou Márcia, começando com aquele clima de história para dormir, se debruçando carinhosamente sobre a barriga do menino – Sim, ele sai do Pólo Norte uma semana antes para dar prazo para entregar os presentes das crianças do mundo inteiro.

Natan estava maravilhado com a história do velhinho de barba branca. Com certeza aquilo para ele era novidade, já que ele não sabia nada sobre o homenzinho de vermelho com o saco nas costas.

- Ele pega as renas no pasto, as enfeita com brilho e sinos pequenininhos e sai pelo mundo jogando presentes pelas chaminés.

- E como ele entrou aqui o ano passado? Aqui não tem chaminé!

Márcia parou para pensar. “Esse menino ta esperto demais pro meu gosto”.

- Aí ele entra pela porta.

- Mas ele não tem a chave...

         - Ele tem a chave de todas as casas com crianças do mundo... Porque nem todas elas têm chaminé, Natan!

         - Hum, entendi... O que mais?

         - Ele vem num trenó puxado com oito renas, voando pelo céu e parando no jardim ou no teto das casas para entregar os presentes.

         - Se ele é gordo como ele passa nas chaminés?

         - Ele usa mágica pra emagrecer.

         - Que tipo de mágica?

         Pressionada e caindo no sono, Márcia esgotou todo seu baú de criatividade para criar contos natalinos. Deu um beijo rápido nos lábios do garoto e se despediu carinhosamente.

         - Amanhã te conto o resto.

         - E se ele não vier?

- Mas vem. Eu sei que ele vem. Você é um ótimo filho.

Chegou o Natal, passados os seis dias.

Dias esses tranqüilos.

Os parentes próximos foram à casa da viúva lhe fazer companhia durante a parte da manhã. Natan gostava dos primos para brincar com os brinquedos novos ganhados do velho bonachão e sair pelo jardim da casa gritando muito de felicidade. Ele sabia ser feliz. Mãe cuidadosa, rígida mas com um amor tão profundo pelo filho que era muito transparente até para ele que era uma criança vista aos olhos dos outros como mimada.

Márcia tinha um admirador entre seus parentes. Um primo de Porto Alegre era um bobo apaixonado por ela. Todo ano ele dava suas tradicionais “investidas” mas ela, apesar de reconhece-lo como um homem exemplar e repleto de qualidades tão incomuns, não desejou homem algum após sua viuvez. A morte de Marlon a rebaixou como mulher e ela não se considerava mais como tal. Agora só era mãe.

Márcia, ao conhecimento do leitor, era mulher muito bem cuidada, jovem, e, resumindo toda uma teia de adjetivos, muito bela, o que causava inveja em moças na igreja na qual freqüentava.

A maioria dos seis mil e oitenta habitantes de Hulha Negra a conhecia, pois morava na Avenida Getúlio Vargas, a principal do município. Seu marido fez sua família ser conhecida por ser inteligente, culto e um grande funcionário do Banco do Brasil de Porto Alegre. Era difícil ter um marido só nos fins de semana, mas ele era muito dedicado à mulher e ao filho, nem que seja nos sábados e domingos, compensando toda a falta do meio de semana.

- Natan, é hora de levantar. Nós não íamos na casa da sua tia?

O menino abriu os olhos bruscamente, como se tivesse acordado de um pesadelo. Olhou para ela e Marcia sentiu um arrepio na vértebra da coluna. Por um momento, não viu seu filho deitado na cama.

- Natan? – chamou ela, com voz trêmula e desconfiada.

- Oi, – respondeu ele secamente – quero dormir mais. Não enche o saco.

Márcia se segurou na cadeira onde ela costumava tomar conta do filho quando ele tinha crises de debilidade. Ela se sentiu muito tonta com o impacto da resposta do menino. Aquilo lhe veio à cabeça como uma marretada psicológica. Teve de sentar, amarrotando as bermudas e calças postas ali por ela própria por causa do tempo que estava variando. Iria sair com o filho mas não saberia qual roupa vesti-lo.

Gaguejando, ela mal consegue murmurar.

- Que é que te deu Natan? Isso é maneira de tratar sua mãe?

Como a cadeira estava defronte à cama e encostada na parede, Márcia estava praticamente esparramada nela, com as mãos na testa, febril. Ele NUNCA falara com ela assim desde o período mais crítico de sua doença. Ela olhava para o chão, desnorteada, sem pensar em coisa alguma.

- Mamãe, - disse ele, sentando-se na cama, esfregando os olhos, como se tivesse acordado naquele momento. – Que é que a senhora ta fazendo aí? Você não ia me acordar pra gente ir na casa da minha prima? Porque tá desse jeito?

Ela levantou a cabeça rapidamente para o filho na cama. Seu semblante resplandecera com o renascimento do filho. Sim – pensou ela – esse é o meu filho. Mas... O que aconteceu que ele ficou daquele jeito de uma hora pra outra?

- Porque falou comigo daquele jeito? Você sempre foi tão educado!!! – apressara-se Márcia ao filho ainda na cama. – Você está passando bem? Deixe-me sentir sua testa.

Já sentada na cama do menino ela sentia sua testa com o lado inverso da palma da mão, querendo justificar a atitude anterior do filho com uma febre descomunal.

- Como assim, mamãe? Acordei agora e vi a senhora sentada ali. A senhora não quer ir mais lá? Porque não me chamou?

Márcia não estava entendendo a frieza de Natan. Frieza porque ele realmente não sabia o que falara anteriormente e Márcia, como mãe com fortes instintos no qual sabe mais do que o filho o que ele sente, percebia que ele mesmo não tinha ciência de tal ato. Mas não deixou de perguntar, desejando ser uma das criancices do menino.

- Não se lembra do que falou comigo quando te acordei?

-Como assim? A senhora não me acordou. Eu acordei sozinho e te vi sentada lá. Do que a senhora ta falando?

Márcia, antes curva sobre o filho, agora ficou sentada na beira da cama, refletindo, com o olhar posto no nada. O menino tornou-se a deitar, com o olhar fito na nuca da mãe.

Todos os dois ficaram em silêncio.

O silêncio da preocupação, da serenidade, da fé e da esperança da mãe. Ela orou naquele momento.

Poderia ser um simples pesadelo, mas temeu uma recaída na melhora na saúde de Natan.

 

 

 

 

 

 

 

        

sábado, 10 de novembro de 2012

A LITERATURA MODERNA





Aventurar-me-ei a dizer de literatura novamente.
Quem é que não vê a ascendência da nova moda literária hoje em dia? Temos muitos livros que até séries e filmes se tornam depois de algum tempo. Vejam só Game of thones, Jogos Vorazes, Piercy Jackson... A Cabana tem projetos de ser lançado em filme. Sim, já que o próprio livro parece um roteiro adequado de um filme bem monótono, mas há quem goste...


Com certeza a moda “LITERATURA INFANTO JUVENIL” está bem propagada e bem conduzida por entre não só entre jovens, mas também entre adultos. Quem nunca leu qualquer livro de Dan Brown? Meio chato (dá muito na cara de livro comercial), mas de um sucesso estrondoso não só no Brasil, mas no mundo todo. Essa moda norte-americana invadiu o Brasil de certa maneira que me vejo surpreso, já que o brasileiro lê em média 1 livro por ano. Graças aos norte americanos, o gosto pela literatura vem sendo resgatado a passos de neném no país. Eu, lógico, não posso ficar por fora dessa aventura literária contemporânea. Li o primeiro livro da trilogia ESCURIDÃO, do diretor do filme Labirinto do Fauno, Guillermo del Toro e com certeza estarei lendo o resto. Se é moda, vamos estar dentro.
Andar na moda para mim sempre foi pura besteira e nunca recomendei para ninguém se submeter às marteladas do capitalismo. Mas essa recomendo para todos. Essas histórias extraordinárias que vem até nós através de livros vem justamente trazer as pessoas ao gozo da leitura. Não existe leitura forçada. Ler é prazer e existem diversos gêneros para diversos gostos. Espécimes (não tão raras hoje em dia, com essa expansão da literatura) como religiosos, espíritas, autoajuda, policiais, terror, suspense... Tudo isso para satisfazer todo e qualquer tipo de preferência. Existem até gêneros aproximados da pornografia... Quem se interessa, só ler “50 tons de cinza”, da E.L.James. Desde religiosos à pornografia... Tudo para mexer com a imaginação: fazer chorar, empolgar, excitar... Tudo através da linguagem da escrita, fazendo nosso cérebro se revirar dentro da nossa cabeça. Quem não tem o costume da leitura, vamos começar por esses livros agora. Temos lançamentos todo mês de diversos gêneros. Se gostar de comprar e tiver condições, que compre. Se prefere uma biblioteca, pois não. Se começar e não gostar, largue pra lá e pegue outro. Liberdade na literatura e na leitura devem ser privilegiados.
Quantas pessoas vi com o livro Ágape do Padre Marcelo Rossi nas mãos, lendo em viagens ou em ponto de ônibus. Zíbia Gasparetto é muito falada e comentada como excelente espírita e conselheira. Padre Fábio de Melo vem para complementar os livros católicos. Diversidade é o que não falta, e com ela a liberdade de preferência e de manuseio. Não quero dizer que rasgar livro é uma coisa normal, mas sim em ler a hora que quiser e quantas páginas que quiser em seus momentos de lazer. E porque não ler “O diário de um mago”, de Paulo Coelho? Ou “Mobi Dick”, de Herman Melville? Ou, para os mais tradicionais e mais seculares, como eu, ler “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo? Ou sentar no sofá e ler “50 tons de cinza”, deixando a mente vagar??? Leitura são vários mundos onde tudo é possível e onde se viaja para lugares tão desconhecidos e tão reais. Férias dentro de casa, diversão sem limites... Isso sim é a leitura prazerosa... Estar com João Romão em seu cortiço e enxergar com os olhos do autor a Rita Baiana, é de se “abobezar”, de tão cheirosa e cheia de ginga de pagode. Para mim estar no século XIX é uma honra. Sempre gostei dos autores dessa época por me levar em detalhes os costumes e cultura do Brasil colonial. E sempre esteve tão perto de mim que desde minha 8ª série me achego a esse tipo de livros. Não lia somente para trabalhos de escola, mas também por gosto individual, tanto é que leio até hoje. Li a obra do cearense José de Alencar a pouco tempo, Senhora e me encantei com Augusta. Sua beleza me encantou e vi que ainda me “enveredo” por essas preferências literárias. Gosto é gosto, né? Mas minha recomendação a todos é a leitura livre e a busca por seu estilo.
Vim nesse artigo dizer o seguinte: LEIA, LEIA SEMPRE. Vamos estar nessa porque ler é bom e estimula o cérebro a estar sempre em atividade e afastar um pouco as deficiências com o porvir da idade. Manter a mente sã com certeza é o maior dos remédios e a leitura é o caminho para isso. 

sábado, 29 de setembro de 2012

O AR DA DEMOCRACIA



 Muito tempo sumido, mas é bom voltar porque é véspera de eleição. Muita gente ainda não sabe o que é política e pra que ela serve. Enfim, não sabem sua funcionalidade no fim das contas.
O termo “política” vem do grego “pólis”, que significa cidade. Mas o Ocidente não só readaptou o termo para dar significância à organização social mas também toda sua teoria e fundamento. Toda forma de organização social pode se dar o nome de política, mas as formas de política podem variar. Aristóteles, antigo filósofo grego, dividiu a antiga política em três regimes políticos: a monarquia, a oligarquia e a democracia.
A Monarquia (que vem do grego monos=um e arché=governo), é o governo de um só, que pode ser denominado de rei, tirano ou outras formalidades para qual se destina o significado do governo de uma só pessoa. A diferença desse governo com os outros é que além do rei ou tirano governar sozinho, ele próprio cria suas leis, podendo beneficiar a sociedade ou não, ou seja, ele pode criar leis para beneficiar a si mesmo, fazendo do poder um meio para seu próprio conforto e bem individual. Esse tipo de governo ainda existe hoje em dia, como em uma considerável quantia dos países asiáticos e em alguns países da Europa, como Espanha e Inglaterra (mas lembremos que a monarquia desses países sofreu uma alteração porque o monarca não cria leis à sua vontade, eles geralmente tem ministros e deputados para uma ajuda na elaboração das leis. Falarei disso nos próximos artigos, destacando a diferença da monarquia aristotélica antiga e da monarquia contemporânea).
A oligarquia (oligoi=poucos; arché=governo), é uma denominação de um regime político não muito ouvido hoje, a não ser em estudos sobre política e filosofia ou afins. Aristóteles denominava essa forma de governo o melhor regime, pois esses poucos a tomar o poder para organizar a sociedade seriam os mais inteligentes, que para ele, seriam os filósofos. Hoje podemos vê-la de um modo indireto no nosso regime político. O governo está nas mãos de poucos, mas a diferença do nosso regime para o de Aristóteles é que nem sempre os mais inteligentes estão no poder e os que estão lá são eleitos por voto popular, uma diferença crucial que colocarei nas próximas linhas.
A democracia (demos=povo; kratein=governo) é o governo dito por nós todos como o regime político adotado pelo Brasil, porque é o povo que decide quem governa. Bom... É aqui que se inicia uma história bem interessante desse regime político desde seu nascimento na Grécia até o suas modificações que temos nele hoje.
Na Grécia antiga, por volta de 600 a 400 anos antes de Cristo, cada cidade era um Estado independente. O que isso significa? Que cada cidade tinha suas leis independentes umas das outras. Não eram regidas por uma Constituição única, como no Brasil e nos países democráticos hoje, onde estados e cidades ficam no limiar da União, submetidas à constituição estatal única. As leis de Atenas eram diferentes das de Esparta, apesar das duas serem modelos principais de democracia.
Naquela época, na praça principal das cidades, denominadas Ágoras, os cidadãos das cidades se reuniam para discutir os problemas e tentar resolvê-los das melhores formas possíveis. Interessante isso, não é? Imagine isso hoje: todos nós na pracinha de Dores de Campos discutindo os problemas da cidade e tentando fazer alguma coisa por ela. Seria bom assim, né? Mas... Tanto em Atena como em Esparta a definição de cidadão era diferente da nossa. Para eles só poderiam discutir os problemas das cidades os homens, ou seja, crianças, adolescentes, mulheres e escravos não participavam desses pleitos. O número era bem reduzido e então a discussão em praça era possível. O homem que não participava das reuniões nas ágoras era mal visto pela sociedade e duramente criticado.
Esse modelo, apesar de ser mal visto por Aristóteles que o deturpava, chamando-o de degeneração, porque não visava o bem comum, foi adotado por vários Estados e sofreu várias adequações.
A democracia se estendeu para os antigos não cidadãos. Resumindo: a cidadania cresceu e com ela a participação popular nas decisões da política. Mas com o crescimento da cidadania, onde adolescentes e mulheres começaram a participar das decisões políticas, as discussões em praças ficaram impossíveis de ser realizadas. Imagine a bagunça na nossa pracinha com todo mundo querendo falar... Praticamente impossível tal coisa.
O direito da mulher às decisões nas políticas começou nos Estados Unidos, somente em 1869, quando ela conseguiu direito ao voto. Mas somente no território de  Wyoming que ela com muita luta se inseriu nas decisões políticas. A mulher só começou a votar mesmo em um estado por completo foi na Nova Zelândia, em 1893. Vejam só: mais de 2300 anos para a mulher ter seu direito ao voto.
Com esse impasse da impossibilidade das decisões políticas ficarem nas calorosas discussões nas ágoras, foi então sugerido um modelo representativo de Governo. Esse modelo foi proposto por Stuart Mill, filósofo inglês do século XIX, onde escreveu a obra “O Governo Representativo”, salientando esse problema e promovendo uma solução para os partidos políticos ingleses de sua época. Para ele, o povo elegendo uma minoria para representar suas necessidades e vontades numa Câmara, seria a solução democrática então vista como um governo “bagunçado, onde todo mundo fala e ninguém resolve nada”. A Inglaterra não era democrática e continua não sendo, mas o modelo de Mill serviu para os países de regime não autoritário, como o nosso e dos Estados Unidos. A Câmara seria responsável pelas discussões e resoluções dos problemas da sociedade, porque o seu fundamento é esse, já que pelo voto transferimos nosso direito de debater e resolver os problemas para o candidato. É dele essa responsabilidade e se ela não for cumprida, é nosso dever cobrar porque era para nós estarmos em seus lugares discutindo.
Outro ponto principal do Governo Representativo que se estende consequentemente aos candidatos das eleições seria o dever de se responsabilizarem por aqueles que não se interessam pela política. É dever dos candidatos saber o que é melhor para a sociedade em geral, não determinando certos grupos de interesses particulares. Administrar o todo seria o papel de todo político do regime político democrático, já que a ele foi transferido o papel representativo da vontade e necessidade da sociedade. Se um candidato não souber dessas necessidades, ele com certeza não está apto para uma candidatura plena.
O Brasil ainda não é bem administrado porque a sociedade não é culturalmente preparada para a política. Não é culpa de o político ser irresponsável mas é totalmente nossa porque não estamos intelectualmente preparados para ver se o candidato é preparado ou não. Muitas das vezes decidimos nossos votos pelo calor das festas partidárias e consequentemente nos afogamos em más administrações. Votamos muitas das vezes em pessoas que nunca leram um livro. Como uma sociedade brasileira pode estar politicamente educada se ela lê em média UM livro por ano? Devemos ter uma educação política nas escolas para as crianças onde desde cedo ela saberá do que se trata e saberá ver e discernir o mau do bom político (candidato). Se nosso governo seguir a opinião de Thomas Hobbes, um filósofo inglês do século XVII, que porventura era a favor da monarquia, de instaurar uma educação política para as crianças nas escolas, nosso país seria outro.  
Fico por aqui e até à próxima.


sábado, 26 de maio de 2012

Rio +20


         Quantas vezes vocês se depararam com esse termo na mídia, mas não sabem o que é? Se interessaram pelo menos de se saber do que se trata? É uma conferência muito importante para o futuro da humanidade e que todos os brasileiros têm que se colocar a par disso. Eu, particularmente, não tinha a mínima noção e pensava que se tratava de uma mini-olímpiada. E com tamanho erro, resolvi trazer a definição justa e alertar sobre os leitores sobre a importância da conferência Rio+20.
        Rio +20 é uma conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Sua primeira edição aconteceu no Rio de Janeiro em 1992, denominada Eco 92, ou Rio 92. Depois de 20 anos, é aberta outra conferência e por isso o apelido: Rio +20. Mas, daí, outra questão aglomerada à definição do Rio +20: o que é o desenvolvimento sustentável?
        De acordo com a WWF Brasil, desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na comissão mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
        Esse evento terá como fundamento reunir os grandes líderes do mundo para discutir sobre o prejuízo que deram ao meio ambiente e de que modo podem reverter esses prejuízos. Seu papel também é alertar que o cuidado com a natureza não se trata somente da responsabilidade dos Estados, mas também da sociedade civil. Nós também temos que nos responsabilizar e buscar fundamentos teóricos e colocar em prática como meios de preservação. Todos sabem que desperdício de água, televisão ligada junto com computador, enfim, todos requisitos fundamentais para preservação do meio ambiente estamos todos a par, mas a CORAGEM  da prática é ineficiente, porque TODOS pensam que “só eu” não fará a diferença. Imaginemos que todos sabem o que é bom para a natureza, mas ninguém pratica. É o mesmo que não saber por que pensam que só um não prejudicará. O problema é o que vos anuncio agora: TODOS PENSAM ao mesmo tempo em que só ele não faz a diferença. Assim, o meio ambiente se esvai por covardia e preguiça dos cidadãos e coletivamente, da sociedade. Sim, o desmatamento é culpa SUA, culpa MINHA, porque o pensamento preguiçoso nos domou e ele, com certeza, é muito mais confortável e mais cômodo, porque essa teoria “só eu não faz diferença” adoeceu os indivíduos e leva o meio que o rodeia à beira da destruição.
        Esse evento ocorrerá do dia 20 a 22 de Junho de 2012, no forte de Copacabana, onde será montado andaimes muito bem arranjados. A entrada será gratuita e conta com capacidade de cerca de 10.000 pessoas.
           Eu tomei conhecimento do Rio +20 acerca do Twitter, no qual me adentro das notícias diárias, por não ter tempo para noticiários da TV. Seguindo @assuntopolitico, o twitter foi o seguinte: Menos de um quarto dos brasileiros sabe o que é a Rio +20, diz pesquisa. O link me direcionou para o site da G1, dizendo sobre uma pesquisa sobre uma pesquisa internacional feita no Brasil. Essa pesquisa foi realizada pela associação internacional para Biocomércio Ético, que ouviu mil brasileiros entre fevereiro e março, dizendo que menos de um quarto dos entrevistados (24%) sabe o que é a Rio +20 e que 60% escutaram algo a respeito. Ou seja: além do brasileiro dar pouca importância ao meio ambiente e ao seu enorme valor considerado, muito menos saberá sobre conferências sobre desenvolvimento sustentável. A falta de interesse é do mesmo tamanho ao cuidado que revelam ao meio do qual dependem sua sobrevivência.
        Estou fazendo com muito cuidado minha parcela para a preservação do meio ambiente e promulgando o Rio +20 para desenvolvermos a ideia de desenvolvimento sustentável. Estou propagando e se os leitores desse artigo puderem compartilhar o link, será outro meio para conservação e conscientização do meio ambiente. Até a semana que vem!

sábado, 19 de maio de 2012

Reinvenção dos termos


          Alguns dos leitores do meu blog não acharam um pouco estranho um termo que coloquei no post passado, de nome “anagnosófilos”? Alguém teve curiosidade de saber o significado desse termo?
            Eu criei esse termo para dar ênfase à minha colocação sobre a leitura em si. Procurei em dicionários gregos on-line e vi que poderia chegar naquela conclusão, reforçando essa ideia através do vocabulário grego, tão usado em nosso cotidiano. O termo mais recorrente usado hoje para se designar “apaixonados por leitura” é “anagnosia”. Mas tive uma liberdade de escrita e criar meu termo, porque minha paixão por leitura vai muito além do que uma simples paixão. É amor sublime, incontestável. Por isso, anagnosofilia (ANAGNOSIA =ΑΝΆΓΝΩΣΗ = LER, LEITURA,  PHILIA=ΦΙΛΙΑΣ=AMIZADE, AMOR).  O significado de PHILIA foi aos poucos sendo transformado e o significado de simples amizade foi se transformando em amor sublime, em tradução de amizade muito próxima, longe de ter um sentido ÁGAPE, mas de uma aproximação muito grande. O termo FILOSOFIA traduz-se como amor ao saber, PHILOS=AMOR e SOPHIA=SABER e não amizade ao saber. AMOR mesmo, sem precedentes.
            Temos passado por sérias transformações em termos desse tipo. E tirado conclusões precipitadas quando ouvimos certas coisas sem ao menos sabermos a origem da palavra. Quem não se revolta ou estremece quando ouve o termo PEDOFILIA? Termo julgado pela psicologia e pela psiquiatria como um tipo de patologia, descrevendo a doença como uma “perversão sexual, na qual a atração sexual de um indivíduo adulto ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes (ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade) ou no início da puberdade.” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedofilia). Vamos ver passo a passo sua origem no grego. Primeiro, traduz-se PAIDO=παιδό=CRIANÇA e PHILIA= ΦΙΛΙΑΣ=AMIZADE. Para definir a patologia, o termo PHILIA, nesse caso como em outros, seu significado retoma dimensões além de sua essência e deturpa totalmente o significado. Quero dizer que pedófilo é, em sua essência, uma pessoa que tem amor verdadeiro por crianças e que querem verdadeiramente o seu bem. Estou falando puramente pela semântica e o que ela significa. Quem é filósofo não é doente e não quer prejudicar o saber e quem é anagnosófilo não quer matar a leitura e nem lhe fazer algum mal. Philia, quando se tratando de designar algo relacionado a pessoas e não à coisas, redefiniu totalmente seu sentido, tomando significado de  "amizade", "afinidade", "amor", "afeição", "atração", "atração ou afinidade patológica" ou "tendência patológica", segundo o dicionário Aurélio. Quero deixar claro que vim aqui para remontar à origem das palavras e dar seu verdadeiro significado e alertar os leitores e tirá-los da “caverna” do cotidiano e do senso comum. Philia é amizade, amor, não tortura, estupro, morte. Esse é o seu verdadeiro significado. Quando vemos alguma palavra terminada com filos, filia ou algo dessa ramificação, fiquemos atentos. Saberemos que ela vem do grego e que o significado pode não ser o que parece.
            Há outra redefinição de termo que me deixa indignado, pois exclui as possibilidades de discussão e se faz superior a todas às outras ciências, é o termo HOMOSSEXUALISMO. A psicologia e a psiquiatria, ao chegar à conclusão depois de vários testes e verificações afirmando que homossexualismo não é doença, simplesmente disse HOMOSSEXUALISMO NÃO EXISTE. O QUE HÁ ENTRE NÓS É HOMOSSEXUALIDADE. Sim, o sufixo “ismo” realmente designa aquilo que é referente à doença, no campo da medicina e consequentemente, de suas especializações. Vejamos os exemplos: bruxismo (deficiência que nos faz ranger os dentes durante à noite, quando dormirmos), sonambulismo (falar e conversar durante o sono), alcoolismo (dependência ao álcool), tabagismo (dependência do cigarro) e por aí vai. Mas não podemos nunca esquecer que a medicina não é a única ciência admitida na sociedade. Querer impor uma mudança de termo nesse sentido é no mínimo uma falta de ética e se querer fazer superior a todas às outras. A filosofia também é uma ciência e ela trata esse assunto como homossexualismo, e não como manda a medicina. O sufixo “ismo” na filosofia tem outra semântica, dando significado único para termos próprios de seu interesse, que é o de assuntos em geral que podem ser discutidos e de problemas sociais ou subjetivos. Então, podemos falar com certeza: HOMOSSEXUALISMO SIM. Vejamos exemplos de sufixo “ismo” na filosofia que se refere a assuntos propostos que podem ser colocados em debate: marxismo, cristianismo, islamismo, realismo, positivismo.
            O sufixo “ismo” não se refere somente às doenças. Também se refere a sistemas e assuntos de debates. Se vamos discutir os problemas dos homossexuais na sociedade, com certeza teremos toda liberdade e sem medo de dizer HOMOSSEXUALISMO, sem querer dizer se referirmos à doença ou se estamos tratando tais cidadãos com relativo preconceito.
            Atentemo-nos para tais definições para julgarmos com mais capacidade tais conclusões e assim aumentar nossa capacidade de realidade e senso crítico diante de tal bombardeamento da mídia e das ciências ditas como superiores.
            

sábado, 12 de maio de 2012

Críticas


                Bom dia, minha gente!
            Desculpem pela semana passada! Saiu o pagamento e pagamento vocês sabem como é... Sair distribuindo dinheiro por aí... As contas nem me deram tempo para escrever no meu blog. Mas, enfim, estou aqui novamente.
            Como nos dois últimos meses me dediquei inteiramente à leitura de dois livros de literatura estrangeira, vou me arriscar a fazer críticas nesse artigo.
            Em primeira mão, li O SÍMBOLO PERDIDO, de Dan Brown. Livro que ganhei de presente de minha amiga e colega de profissão, Sirlene Aliane.   
      Quem leu O CÓDIGO DA VINCI e ANJOS E DEMÔNIOS, o livro é da mesma linha. O que muda mesmo é o objeto centralizado. O alvo agora é a Maçonaria. Até o personagem principal é o mesmo: Robert Langdon. Isso, esse mesmo. O mesmo dos dois livros anteriores. Dan Brown nem se deu ao trabalho de trocar um pouco o personagem e poderia variar um pouco: dar um desfecho mais propício para o pobre professor. Se em O CÓDIGO DA VINCI e ANJOS E DEMÔNIOS Langdon termina sem um romance, nesse continua sem um grande amor. Será se professores não tem direito de amar? Muito perspicácia por parte do autor. Não li FORTALEZA DIGITAL, PONTO DE IMPACTO e nem CONSPIRAÇÃO DA BIFANA mas ao que tudo indica escrever sobre relações amorosas e a descoberta daquele grande amor (aqueles que sempre dão um toque especial em qualquer livro lido) não são o forte de Brown. Talvez nesses outros três livros, ele tenha sido mais cauteloso, mais sentimental...
            Outro ponto negativo que percebi: a narrativa fica cansativa pois o Brown quer chamar muito a atenção do leitor. Já assistiram os programas do João Cléber na RedeTV! ? Se lembram quando a história ia ficando interessante ele dava aquele berro: PARA AÊ! E chamava as propagandas? Dan Brown parece ter aprendido essa técnica com o próprio Cléber. Bem no começo do livro aquilo me chamou a atenção, mas depois cansou muito e deixou minha curiosidade onde o Judas perdeu as botas. Muito chato esse tipo de leitura. Não deixa a gente à vontade. Parece que o autor nos abraça muito forte e não quer soltar, nos forçando sempre a ler mais, sendo que dava para se prever que o que vinha à frente não tinha nada de interessante. Eu sempre me perguntava: Ah, é só isso? Sempre ficava decepcionado com os desfechos  dos capítulos que eram chamativos para os posteriores.
            E o final do livro? Nada de interessante. O vídeo que Langdon assiste no helicóptero não tem nada de surpreendente e qualquer um pode perceber a grande balela que o autor tentou nos colocar goela abaixo, muito diferente do desfecho de O CÓDIGO DA VINCI, sobre descendência de Jesus e Maria Madalena. Por o segredo da maçonaria à tona não foi um grande chamativo para o final do livro, enfim nada se sabe realmente sobre o segredo que a maçonaria carrega (nem os maçons sabem, seu grande segredo nunca revelado é que eles nunca admitem que não sabem nada. O grande segredo é que eles não sabem o segredo)e o suposto vídeo do ritual maçônico, Brown quer impressionar com algo bem simples, o que tornou minha grande decepção maior. Não li O CÓDIGO DA VINCI  e nem ANJOS E DEMÔNIOS, mas assisti os filmes. As histórias são mais atrativas e com desfechos mais interessantes e mais trabalhados. O SÍMBOLO PERDIDO deixou a desejar frente aos dois anteriores, assim penso eu, tendo como base os filmes e não os livros.
            O outro livro sim, uma grande história da Segunda Guerra Mundial mesclada à infância de uma menina abandonada e à vontade de sempre estar lendo, uma fuga da realidade da cidade de Munique onde fila de judeus desfilavam pela sua rua, revelando a miséria da guerra e do ser humano.  A conexão entre o livro e nós é surpreendente, dramática e realista como imagens aos nossos olhos. Marcus Zusak, grande escritor australiano, acertou em cheio na narrativa e mesclou bem os tópicos acima descritos, sem nem deixar a leitura cansativa, despertando curiosidade e deixando o leitor sempre à vontade. Posso dizer com veemência  que esse livro não é daqueles tipos de literatura estrangeira comerciais, mas uma grande narrativa que vem ao acaso, e, pelo que anda falando pela internet, vai ganhar adaptação cinematográfica.
            Estou falando sobre A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS, de Marcus Zusak (esse ganhei da minha namorada). Quem leu e não gostou por favor poste um possível comentário nesse post. Muito emocionante, intrigante e realista. Fiz força para não chorar em certos trechos da narrativa, tamanha sua visão e amplitude de detalhes. Eu também estava em Munique, junto com Liese Memimger e com a Morte. As imagens ainda sondam pela minha mente quando escrevo esse artigo.
            A idéia principal é a seguinte: Liesel Memimger, ainda criança, é obrigada a mudar para Munique pois as consequências da Segunda Guerra se agravavam em sua cidade natal, mas seu irmão morre no trem de viagem e ela é separada da mãe ao chegar na cidade. É adotada por um acordeonista e por uma lavadora de roupas e já no enterro do irmão, rouba seu primeiro livro. “Como sua nova família é muito pobre, Liesel tem que ajudar sua mãe a pegar roupa suja para ser lavada e passada, então a menina que roubava livros conhece a esposa do prefeito, que a deixa entrar em sua casa para ler os livros de sua biblioteca particular. Como os tempos começam a ficar difíceis, sua mãe vai perdendo clientes, e sua última cliente é a esposa do prefeito, que ao deixar de pedir para Rosa lavar suas roupas E LIESEL NÃO QUER MAIS SABER DE VOLTAR LÁ. Com isso Liesel e seu amigo Rudy começam a roubar livros da biblioteca da casa do prefeito.

            Hans, pai da Liesel, foi soldado na Primeira Guerra Mundial e, quando seu melhor amigo morre em combate, ele promete que iria cuidar do filho desse amigo se a sua esposa precisasse. Um dia, um judeu bate na porta de Hans Hubermann e é Max Vandenburg, o filho desse seu amigo de guerra. Max é judeu e tem que se esconder dos soldados. Ele fica no porão da casa de Liesel, e os dois viram grandes amigos. Mas a guerra está se expandindo e, com medo de ser descoberto e de encrecar a família de Liesel, Max vai embora.O pai de Lisel e o pai de Rudy são chamados pra ir para guerra. Hans acaba quebrando uma perna e é mandado de volta para casa. Liesel decide não rouba mais livros da casa do prefeito e deixa um recado para Ilsa avisando. Ilsa vai até a casa de Liesel e lhe dá um livro de capa preta para que Liesel escrevesse a sua propria historia. Liesel começa a escrever no porão da casa e demora horas para decidir o que irá escrever. Depois ela acaba escolhendo o titulo que acaba sendo " A menina que roubava livros - uma pequena historia de Liesel Meminger.
Um dia, durante a marcha dos judeus, Liesel vê Max sendo levado para o campo de concentração. Alguns dias depois, a rua onde ela morava é bombardeada e todos, menos ela (porque estava no porão escrevendo o seu livro), morrem. Ela vê Rudy no chão morto e o beija. Ela passa a morar com a mulher do prefeito. Depois o pai de Rudy volta da guerra e reencontra Liesel. Max sai vivo do campo de concentração. A morte, ao encontrar Liesel muitos anos depois morando no subúrbio DE SIDNEY, NA AUSTRÁLIA, com filhos e casada, entrega o livro que no dia do bombardeio ela deixou para trás e diz para menina: Os seres humanos me assombram.” (Fonte: http://neewson-line.blogspot.com.br/2010/04/livros-menina-que-roubava-livros-markus.html )
                Quem lê esse pequeno resumo que achei na internet não vê nada demais na narrativa. Mas nesse resumo não dá o toque dramático e chamativo de Zusak, que faz nossa paixão por Liesel e suas dificuldades tomarem dimensões incomensuráveis. As características psicológicas dos personagens são bem sutis, a ponto de nos fazer odiar, amar, sentir desprezo, raiva. A leitura nos carrega de sentimentos bem dualistas por breves momentos, provocando inquietudes, aflições, aqueles “apertos” que sentimos em filmes de muita ação. Me fez rir, afinal, Zusak viu que merecíamos uma distração da tensa história, mas alternava para o drama logo após, nos fazendo ficar serenos e até prestativos com os pobres personagens.
                História de tristezas, poucas alegrias, de coragem e superação. Super recomendado para quem não leu e esteve com dúvida se gostaria ou não. Vale a pena.

                E por último, para os anagnosófilos como eu, mostro uma foto do ereader da Positivo Alfa que comprei recentemente. Muito bom e vale a pena para quem lê muito e não tem dinheiro para ficar gastando com livro. O preço dele é meio salgado mas para pessoas que como eu “consomem” muitos livros, é uma boa. Estou lendo agora nele A ARTE DA VIDA, do sociólogo Zygmunt Bauman e SENHORA, de José de Alencar.  Tenho vários outros mas por agora me detenho nesses.               
                Muito obrigado pela atenção e até o próximo artigo.

sábado, 28 de abril de 2012

Resposta à crítica


                Caros leitores,  recebi uma crítica no Facebook sobre o artigo de Hitler, dizendo que eu não sabia nada sobre ele e que deveria estudar mais. Todos temos o direito de criticar mas temos também o direito de resposta à críticas, e devo dizer também que estudei 5 anos pautados em pesquisas e por isso, estou acostumado a revirar livros e sites em busca de algo que eu quero mostrar. Não escrevo artigos no blog baseado em meras opiniões, mas em pesquisas. Não saio simplesmente falando somente aquilo do que “eu acho”, mas daquilo que  “me foi demonstrado”.
                Pesquisei muito na internet (pois os livros sobre Segunda Guerra me faltam) e todos diziam a mesma coisa: as intenções com a Alemanha eram boas e Hitler ajudou muito o Estado Germânico com o rompimento do Tratado de Versalhes. Mas a partir daí tem-se várias interpretações e julgamentos  a partir de todos os historiadores que pesquisei. Coloco aqui um artigo de um site sobre Hitler-Economia- Alemanha e logo darei minhas conclusões.

Economia
Nesta altura, sob o controle ditatorial, Hitler deu início a grandes mudanças econômicas. Há uma certa controvérsia sobre os aspectos econômicos do governo de Hitler, pois nem todas as suas medidas foram saudáveis a médio e longo prazo. As políticas econômicas do governo de Bruning, cautelosas e fiscalistas, vinham sanando as finanças e organizando o Estado alemão nesse aspecto. Hitler, ao contrário, pôs em prática um largo programa de intervencionismo econômico, baseado no keynesianismo, embora se distanciasse deste em muitos pontos.
O desemprego na Alemanha de 1933 era de aproximadamente 6 milhões. Esse número diminuiu para 300.000 em 1939. Essa diminuição fabulosa, no entanto, ocorreu por diversos motivos, como alterações estatísticas e projetos governamentais:
As mulheres deixaram de ser contadas como desempregadas a partir de 1933 Judeus, a partir de 1935, perderam a condição de cidadãos do Reich, não contando mais como desempregados Mulheres jovens que se casavam eram excluídas dos cálculos. Ao desempregado eram dadas duas opções: ou trabalhar para o governo sob baixíssimos salários ou permanecer segregado da esfera governamental, longe de todas as suas obrigações, mas também vantagens, como saúde, lazer, etc. As convocações para o exército começaram a se acelerar. Até 1939, 1,4 milhões de alemães haviam sido convocados. Para armar esse contingente, a produção industrial aumentou e a procura por mão-de-obra aumentou também. Criação da Frente Alemã de Trabalho, dirigida por Robert Ley, que pôs em prática programas governamentais de trabalho que absorveram boa parte da mão-de-obra disponível, ora empregando-a no melhoramento da infra-estrutura do país, ora nas indústrias e na produção bélica. Essas medidas ocorreram a custa de pesadíssimos investimentos por parte do Estado, comprometendo a longo prazo as finanças. O que se viu, em consequência disso, foi um déficit crescente. De 1928 até 1939, a arrecadação do Estado havia subido de 10 bilhões de Reichsmarks para 15 bilhões, no entanto os gastos, no mesmo período, subiram de 12 bilhões de Reichsmarks para 30 bilhões. Em 1939, o déficit acumulado era de 40 bilhões de Reichsmarks.
A inflação, nesse período, cresceu tanto que em 1936 foi decretado o congelamento de preços. O governo alemão foi incapaz de lidar com o controle de preços e sua interferência constante apenas engessou a economia e dificultou o aumento gradual e equilibrado da produção. A partir de 1936, o dirigismo econômico passou, gradualmente, a substituir a adaptação automática da produção pelo mercado, de maneira que a regulamentação econômica passou a ser maior.
Deve-se entender, é claro, que para Hitler, que era completamente ignorante em Teoria Econômica, assunto este que o entediava profundamente, política fiscal e monetária só faziam sentido em função das necessidades de rearmamento da Alemanha e como parte de um projeto político que, a médio prazo, previa nada menos do que a hegemonia alemã na Europa continental e a colonização da Rússia, através de mecanismos de espoliação que garantiriam à Alemanha o acesso a matérias-primas a preço vil e mão-de-obra escrava.


                Esse artigo não ajuda muito no que eu disse acima e por isso o escolhi. Por não entender nada de economia, o governo alemão (não se esqueçam que Hitler fazia parte dele) fez a adaptação automática de produção pela de mercado, já que a economia estava despencando, entrando em déficit enormes. Sim, minha gente. Posso ter errado em alguma coisinha no meu artigo anterior, mas com certeza Hitler ajudou muito na estabilização econômica alemã (principalmente com o rompimento do tratado de Versalhes), sendo que posteriormente afundou o país numa dívida horrenda. Fez um sobe e desce na economia estatal. Claro, ajudaria muito mais se não criasse empregos para indústria bélica e sim para algo que prestasse e que ajudasse o país. Suas intenções afundaram a país tanto na economia quanto na qualidade de vida dos alemães que ele tanto prezava. Mas quero deixar muito claro aqui e por isso devem estar me interpretando mal: NÃO SOU NENHUM NEONAZISTA OU SKINHEAD. Por estar falando bem de Hitler como estadista não quer dizer que quero elogiá-lo como homem. Disso com certeza ele só teria críticas e disso todos já sabem.

Obrigado pela atenção.                

sábado, 21 de abril de 2012

Aniversário do Terror


         Queridos leitores, me desculpem por ficar tanto tempo sem postar nenhum artigo. Me cobraram novas escritas no Semana Santa e me advoguei, dizendo que era falta de tempo. E de fato, é. Mas me cobrarei mais nos artigos todos os fins de semana. Acordar cedo no sábado pela manhã é um bom exercício para quem quer ler ou escrever. Ideias brotam melhor e a imaginação corre sem limites.
     Mas meu artigo de hoje não pede imaginação. Pede reflexão. Aos meus contatos dei um toque ontem, dizendo do “aniversário” de 123 anos de Adolf Hitler. Querendo ou não, não deixa de ser um marco histórico na humanidade. E, por incrível que pareça, não teve somente seus dejetos, mas também a incrível marca de superação e vontade e amor à pátria. Vamos dar uma pequena volta na história de Adolf Hitler:
“Nasceu em 20 de abril de 1889 em Braunau-am-Inn, na província de Alta-Áustria. Filho de Alois Hitler e Klara Hitler. Era mal humorado e admirador de Leopold Poetsch, um anti-semita. Não gostava de seu pai, porém respeitava-o e venerava sua mãe.
Perdeu o pai em janeiro de 1903 vítima de alcoolismo e sua mãe em dezembro de 1907, vítima de cancro. Por interessar-se em pintura e arquitetura, fez exames para adentrar na Academia de Artes de Viena, mas não obteve êxito. Assumiu-se como antissemita.
Passou então a viver de favores, não conseguia emprego e dormia num asilo de mendigos. Começou então a fazer pinturas para conseguir dinheiro e alugar uma moradia. Conseguira vender tantas pinturas que, no período de descanso assistia ópera.
Em 1913, mudou-se para Munique onde se alistou no exército servindo na primeira guerra mundial. Foi condecorado duas vezes, mas não conseguiu promover-se. Recebeu a medalha Cruz de Ferro de Segunda Classe em 1914 e a Cruz de Ferro de Primeira Classe em 1918. Mais tarde foi preso por tentar golpear o governo alemão e usou seu julgamento para espalhar suas ideologias sobre o país. Falava sobre seu ódio pelo comunismo e judaísmo e sobre suas expectativas de destruí-los.
Em 1924, foi considerado inofensivo e foi solto da prisão. Fundou então sua tropa de choque e executou os planos judaicos. Convenceu os alemães que poderia salvar o país da Depressão, do Comunismo, do Tratado de Versalhes e dos judeus.
Em 1934, apoderou-se dos cargos de presidente e chanceler tendo assim a lealdade das forças armadas. Baniu os judeus de cargos públicos, de profissões e de participações na economia. Em 1941, foram obrigados a usar uma estrela amarela e serem identificados como judeus. Torturou e matou milhares de judeus sem causa e semeou a discórdia.
Na segunda guerra só não obteve êxito no bombardeio e invasão da Inglaterra, pois invadiu a Dinamarca, Noruega, Iugoslávia e Grécia, ocupou a Holanda, Bélgica, Luxemburgo e França, se apoderou da terça parte da Rússia Europeia.
Em 1942, Hitler foi derrotado com sua tropa pelo exército de Volga e esta marcou o início da derrota alemã. Em 1943, Hitler sofreu atentado e fugiu para Berlim onde se suicidou em 30 de abril de 1945.” (Fonte: www.alunosonline.com.br)
Hitler amou a pátria e fez a Germânia renascer das cinzas da Primeira Guerra. Tomou o controle da Alemanha e devolveu a dignidade ao seu povo. Restaurou a economia, fazendo o dinheiro retomar seu posto de valor monetário o que, no fim da Guerra, servia para brincadeira de crianças na rua e para acender fogueira.
NEM TUDO É O QUE PARECE SER. Hitler amou primeiro a pátria. Amou muito e a restaurou. Amou também os alemães, dignos do renascimento da pátria e cresceram junto com o país. Devemos de fato pensar com cautela porque seus passos de superação foram expressamente destrutivos. Pregando o antissemitismo, perseguindo judeus, queimando livros e com a ideia doentia de conquistar o mundo e purificar a raça alemã, ele conseguiu chegar lá. Mesmo com todos esses poréns, a Alemanha estava de pé. Isso até a Declaração da Segunda Guerra Mundial, onde novamente tornava enfiar seu povo na lama em busca de uma vontade subjetiva. Seu nacionalismo tinha se esvaecido. Agora era sua vontade de fazer tudo o que fazia e com uma retórica perfeita, convencer sua população que a miséria deveria salvar a Alemanha e salvaguardar aos que todos nela pertenciam de corpo, alma e sangue. E digo isso com autoridade: inválidos, homossexuais, velhos, mesmo sendo arianos na veia, não poderiam pertencer à sociedade utópica hitleriana.
A filósofa judia Hanna Arendt, em “Origens do Totalitarismo” já mencionava essa perda de foco do Führer. Preservar a nação não era mais a intenção de Hitler, mas conquistar qualquer outro objetivo, tirando de onde tirar, sacrificando onde sacrificar. Isso inclui a própria Alemanha e aqueles que depositaram toda sua fé na sua inteligência e lealdade à nação. Muitas pessoas sacrificadas por uma vontade subjetiva e que não ajudava em nada a nação. Resultado: Alemanha perde a guerra e mergulha em crise novamente. Hitler não teve o desgosto de ver a Alemanha nas mãos dos Aliados. Suicidou-se e não foi um ato de covardia. Nem heroico. Mas o pensamento mais são que lhe veio à tona depois de tanto tempo, e a cura por tamanho desordenamento psíquico.
Temos hoje muitos Hitlers por aí: vejamos Kim Jong-il, ditador da Coréia do Norte, morto há pouco tempo. Mãos de ferro, mas não abriu mão da qualidade de vida da população. Fez teste com um míssil que tumultuou todas as nações, que temiam testes de míssil para guerra. O ex-ditador do Líbano, Muamar Kadafi, sacrificou muitos em favor de seu poder. Foi necessária a intervenção internacional, não que isso interessasse às nações estrangeiras, mas enfim... Sacrificar a sociedade em prol do poder é algo adequado ao hitlerianismo e a formas de tirania muito, mas muito antigas mesmo.
            Esse artigo tem o intuito de instrução. Por mais confusas que sejam as finalidades de Hitler na Guerra, o outro lado sempre tem que ser observado e analisado, enfim, entender as circunstâncias. Nenhum historiador provou o porque do ódio de Hitler aos judeus, mas quando ele era apenas um aspirante a político, eles comandavam a economia alemã e eram na maioria ricos e com vida abastadas. Isso pode ter aguçado seu ódio e corroborado com seu antissemitismo. Recomendo o filme “Hitler: A Ascensão do Mal”, e tudo pode ser mais esclarecido recorrente a algumas teorias acerca de sua biografia.
            No mais, até à próxima e bom dia a todos.
            Aguardo os comentários.