Discussão Dorense

Discussão Dorense

sábado, 12 de maio de 2012

Críticas


                Bom dia, minha gente!
            Desculpem pela semana passada! Saiu o pagamento e pagamento vocês sabem como é... Sair distribuindo dinheiro por aí... As contas nem me deram tempo para escrever no meu blog. Mas, enfim, estou aqui novamente.
            Como nos dois últimos meses me dediquei inteiramente à leitura de dois livros de literatura estrangeira, vou me arriscar a fazer críticas nesse artigo.
            Em primeira mão, li O SÍMBOLO PERDIDO, de Dan Brown. Livro que ganhei de presente de minha amiga e colega de profissão, Sirlene Aliane.   
      Quem leu O CÓDIGO DA VINCI e ANJOS E DEMÔNIOS, o livro é da mesma linha. O que muda mesmo é o objeto centralizado. O alvo agora é a Maçonaria. Até o personagem principal é o mesmo: Robert Langdon. Isso, esse mesmo. O mesmo dos dois livros anteriores. Dan Brown nem se deu ao trabalho de trocar um pouco o personagem e poderia variar um pouco: dar um desfecho mais propício para o pobre professor. Se em O CÓDIGO DA VINCI e ANJOS E DEMÔNIOS Langdon termina sem um romance, nesse continua sem um grande amor. Será se professores não tem direito de amar? Muito perspicácia por parte do autor. Não li FORTALEZA DIGITAL, PONTO DE IMPACTO e nem CONSPIRAÇÃO DA BIFANA mas ao que tudo indica escrever sobre relações amorosas e a descoberta daquele grande amor (aqueles que sempre dão um toque especial em qualquer livro lido) não são o forte de Brown. Talvez nesses outros três livros, ele tenha sido mais cauteloso, mais sentimental...
            Outro ponto negativo que percebi: a narrativa fica cansativa pois o Brown quer chamar muito a atenção do leitor. Já assistiram os programas do João Cléber na RedeTV! ? Se lembram quando a história ia ficando interessante ele dava aquele berro: PARA AÊ! E chamava as propagandas? Dan Brown parece ter aprendido essa técnica com o próprio Cléber. Bem no começo do livro aquilo me chamou a atenção, mas depois cansou muito e deixou minha curiosidade onde o Judas perdeu as botas. Muito chato esse tipo de leitura. Não deixa a gente à vontade. Parece que o autor nos abraça muito forte e não quer soltar, nos forçando sempre a ler mais, sendo que dava para se prever que o que vinha à frente não tinha nada de interessante. Eu sempre me perguntava: Ah, é só isso? Sempre ficava decepcionado com os desfechos  dos capítulos que eram chamativos para os posteriores.
            E o final do livro? Nada de interessante. O vídeo que Langdon assiste no helicóptero não tem nada de surpreendente e qualquer um pode perceber a grande balela que o autor tentou nos colocar goela abaixo, muito diferente do desfecho de O CÓDIGO DA VINCI, sobre descendência de Jesus e Maria Madalena. Por o segredo da maçonaria à tona não foi um grande chamativo para o final do livro, enfim nada se sabe realmente sobre o segredo que a maçonaria carrega (nem os maçons sabem, seu grande segredo nunca revelado é que eles nunca admitem que não sabem nada. O grande segredo é que eles não sabem o segredo)e o suposto vídeo do ritual maçônico, Brown quer impressionar com algo bem simples, o que tornou minha grande decepção maior. Não li O CÓDIGO DA VINCI  e nem ANJOS E DEMÔNIOS, mas assisti os filmes. As histórias são mais atrativas e com desfechos mais interessantes e mais trabalhados. O SÍMBOLO PERDIDO deixou a desejar frente aos dois anteriores, assim penso eu, tendo como base os filmes e não os livros.
            O outro livro sim, uma grande história da Segunda Guerra Mundial mesclada à infância de uma menina abandonada e à vontade de sempre estar lendo, uma fuga da realidade da cidade de Munique onde fila de judeus desfilavam pela sua rua, revelando a miséria da guerra e do ser humano.  A conexão entre o livro e nós é surpreendente, dramática e realista como imagens aos nossos olhos. Marcus Zusak, grande escritor australiano, acertou em cheio na narrativa e mesclou bem os tópicos acima descritos, sem nem deixar a leitura cansativa, despertando curiosidade e deixando o leitor sempre à vontade. Posso dizer com veemência  que esse livro não é daqueles tipos de literatura estrangeira comerciais, mas uma grande narrativa que vem ao acaso, e, pelo que anda falando pela internet, vai ganhar adaptação cinematográfica.
            Estou falando sobre A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS, de Marcus Zusak (esse ganhei da minha namorada). Quem leu e não gostou por favor poste um possível comentário nesse post. Muito emocionante, intrigante e realista. Fiz força para não chorar em certos trechos da narrativa, tamanha sua visão e amplitude de detalhes. Eu também estava em Munique, junto com Liese Memimger e com a Morte. As imagens ainda sondam pela minha mente quando escrevo esse artigo.
            A idéia principal é a seguinte: Liesel Memimger, ainda criança, é obrigada a mudar para Munique pois as consequências da Segunda Guerra se agravavam em sua cidade natal, mas seu irmão morre no trem de viagem e ela é separada da mãe ao chegar na cidade. É adotada por um acordeonista e por uma lavadora de roupas e já no enterro do irmão, rouba seu primeiro livro. “Como sua nova família é muito pobre, Liesel tem que ajudar sua mãe a pegar roupa suja para ser lavada e passada, então a menina que roubava livros conhece a esposa do prefeito, que a deixa entrar em sua casa para ler os livros de sua biblioteca particular. Como os tempos começam a ficar difíceis, sua mãe vai perdendo clientes, e sua última cliente é a esposa do prefeito, que ao deixar de pedir para Rosa lavar suas roupas E LIESEL NÃO QUER MAIS SABER DE VOLTAR LÁ. Com isso Liesel e seu amigo Rudy começam a roubar livros da biblioteca da casa do prefeito.

            Hans, pai da Liesel, foi soldado na Primeira Guerra Mundial e, quando seu melhor amigo morre em combate, ele promete que iria cuidar do filho desse amigo se a sua esposa precisasse. Um dia, um judeu bate na porta de Hans Hubermann e é Max Vandenburg, o filho desse seu amigo de guerra. Max é judeu e tem que se esconder dos soldados. Ele fica no porão da casa de Liesel, e os dois viram grandes amigos. Mas a guerra está se expandindo e, com medo de ser descoberto e de encrecar a família de Liesel, Max vai embora.O pai de Lisel e o pai de Rudy são chamados pra ir para guerra. Hans acaba quebrando uma perna e é mandado de volta para casa. Liesel decide não rouba mais livros da casa do prefeito e deixa um recado para Ilsa avisando. Ilsa vai até a casa de Liesel e lhe dá um livro de capa preta para que Liesel escrevesse a sua propria historia. Liesel começa a escrever no porão da casa e demora horas para decidir o que irá escrever. Depois ela acaba escolhendo o titulo que acaba sendo " A menina que roubava livros - uma pequena historia de Liesel Meminger.
Um dia, durante a marcha dos judeus, Liesel vê Max sendo levado para o campo de concentração. Alguns dias depois, a rua onde ela morava é bombardeada e todos, menos ela (porque estava no porão escrevendo o seu livro), morrem. Ela vê Rudy no chão morto e o beija. Ela passa a morar com a mulher do prefeito. Depois o pai de Rudy volta da guerra e reencontra Liesel. Max sai vivo do campo de concentração. A morte, ao encontrar Liesel muitos anos depois morando no subúrbio DE SIDNEY, NA AUSTRÁLIA, com filhos e casada, entrega o livro que no dia do bombardeio ela deixou para trás e diz para menina: Os seres humanos me assombram.” (Fonte: http://neewson-line.blogspot.com.br/2010/04/livros-menina-que-roubava-livros-markus.html )
                Quem lê esse pequeno resumo que achei na internet não vê nada demais na narrativa. Mas nesse resumo não dá o toque dramático e chamativo de Zusak, que faz nossa paixão por Liesel e suas dificuldades tomarem dimensões incomensuráveis. As características psicológicas dos personagens são bem sutis, a ponto de nos fazer odiar, amar, sentir desprezo, raiva. A leitura nos carrega de sentimentos bem dualistas por breves momentos, provocando inquietudes, aflições, aqueles “apertos” que sentimos em filmes de muita ação. Me fez rir, afinal, Zusak viu que merecíamos uma distração da tensa história, mas alternava para o drama logo após, nos fazendo ficar serenos e até prestativos com os pobres personagens.
                História de tristezas, poucas alegrias, de coragem e superação. Super recomendado para quem não leu e esteve com dúvida se gostaria ou não. Vale a pena.

                E por último, para os anagnosófilos como eu, mostro uma foto do ereader da Positivo Alfa que comprei recentemente. Muito bom e vale a pena para quem lê muito e não tem dinheiro para ficar gastando com livro. O preço dele é meio salgado mas para pessoas que como eu “consomem” muitos livros, é uma boa. Estou lendo agora nele A ARTE DA VIDA, do sociólogo Zygmunt Bauman e SENHORA, de José de Alencar.  Tenho vários outros mas por agora me detenho nesses.               
                Muito obrigado pela atenção e até o próximo artigo.

2 comentários:

  1. Com relação aos livros FORTALEZA DIGITAL e PONTO DE IMPACTO, são temas totalmente diferentes dos que você citou acima. São histórias bem mais interessantes que ANJOS E DEMÔNIOS ou CÓDIGO DA VINCI. Já, em relação ao SÍMBOLO PERDIDO, nada posso dizer à respeito, pois não tive, ainda, a oportunidade de lê-lo. Os livros citado acima são de boas leituras, mas em termos de desdobramento de suas histórias e tramas, os que citei são muito mais interessantes (se quiser, tenho os dois para emprestar). São livros que abordam temas bem mais atuais, como conspirações governamentais, possibilidades de vidas extra-terrestres, pirataria virtual, e outras "coisitas mas". De todos os livros da coleção de Dan Brown, o melhor é PONTO DE IMPACTO, pelo menos para mim. Deve ser pelo tema abordado (astronomia, vida em outro planeta: inteligente ou não, conspirações governamentais, agências de espionagem e contra-espionagem), assuntos que sempre me fascinaram desde criança.

    ResponderExcluir
  2. Minha opinião sobre as obras de Dan Brown se resume ao seu comentário feito no texto sobre O Símbolo Perdido. Em relação à história da religião, do homem, do mundo, prefiro livros e filmes (documentários) científicos. Para esse tipo de assunto os romances não são apropriados pois podem desvirtuar dos fatos. Sobre "A Menina Que Roubava Livros", fiquei curioso e vou colocá-lo na minha lista, para lê-lo quando for possível. O seu ereader parece ser muito prático, mas o que é anágnosófilo? Hehehe...nem no google tem isso! E sobre os professores não terem o direito de amar, também achei errado, Dan Brown tem que ver isso ae...

    ResponderExcluir