“Os chefes dos sacerdotes e os anciões, porém, persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus perecer. O governador respondeu-lhes: Qual dos dois quereis que vos solte? Disseram: Barrabás! Pilatos perguntou: Que farei de Jesus, quem chamam de Cristo? Todos responderam: Sejam crucificado! – Tornou a dizer-lhes: Mas que mal ele fez? Eles, porém, gritavam com mais veemência: Seja crucificado! Vendo Pilatos que nada conseguia, mas, ao contrário, a desordem aumentava, pegou água e, lavando as mãos na presença da multidão, disse: Estou inocente desse sangue. A responsabilidade é vossa!” (Mt 27, 20-24)
“A multidão, tendo subido, começou a pedir que lhes fizesse como sempre havia feito. Pilatos, então, perguntou-lhes: Quereis que eu vos solte o rei dos judeus? Porque ele sabia, com efeito, que os sacerdotes o haviam entregue por inveja. Os chefes dos sacerdotes, porém, incitavam o povo a pedirem, antes, que, lhes soltasse Barrabás. Pilatos perguntou-lhes de novo: Que farei de Jesus, que dizeis ser o rei dos judeus? Eles gritaram de novo: Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Mas que mal ele fez? Eles, porém, gritavam com mais veemência: Crucifica-o!” (Mc 15, 8-14)
“Depois de convocar os chefes dos sacerdotes, os chefes e o povo, Pilatos disse-lhes: Vós me apresentastes esse homem como agitador do povo: ora, eu o interroguei diante de vós e não encontrei neste homem motivo algum de condenação, como o acusais. Tampouco Herodes, uma vez que ele o enviou novamente a nós. Como vedes, este homem nada fez para que mereça a morte. Por isso o soltarei, depois de o castigar. Eles, porém, vociferavam todos juntos: Morra esse homem! Solta-nos Barrabás! Este último havia sido preso por um motim na cidade e por homicídio. Pilatos, querendo soltar Jesus, dirigiu-lhes de novo a palavra. Mas eles gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o! Pela terceira vez, disse-lhes: Que mal fez este homem? Nenhum motivo de morte encontrei nele! Por isso o solto depois de o castigar. Eles, porém, insistiam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado; e seus clamores aumentavam. (Lc 23, 13-23)
“Pilatos, de novo, saiu e lhes disse: Vede: eu vo-lo trago aqui fora, para saberdes que não encontro nele motivo algum de condenação. Jesus, então, saiu, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E Pilatos lhes disse: Eis o homem! Quando os chefes dos sacerdotes e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu não encontro nele motivo algum de condenação. Os JUDEUS responderam-lhe: Nós temos uma lei e, conforme essa Lei, ele deve morrer, porque se fez filho de Deus.” (Jo 19, 4-7)
Conforme citado e bem visto acima, percebemos claramente nos quatro evangelhos da Bíblia a presença de mais pessoas além dos sacerdotes e dos chefes dos templos na condenação de Cristo. E é aí a problemática desse artigo: quem foram essas pessoas? Conforme nos diz o galileu João, não há dúvidas de que foram os judeus a pressionarem Pilatos em vista dos tumultos feitos no julgamento. Mas, querendo afastar de qualquer maneira a visão anti-semita na crucificação de Cristo, os judeus contemporâneos negam a participação judaica na condenação de Jesus ou simplesmente acusam de anti-semitismo os que ressaltam esse pequeno detalhe nos sermões cristãos. Até Mel Gibson, ao dirigir “A Paixão de Cristo”, foi taxado de anti-semita, pois colocou a presença de judeus no ato do julgamento. Ele respondeu que se inspirou nos evangelhos ao dirigir o filme e, conforme visto acima, ele não estava errado.
Será então a Bíblia ou os evangelistas anti-semitas? Pouco provável, porque eles próprios eram judeus e o próprio Jesus. Não fizeram nada além de relatar um acontecimento histórico muito importante para todo o mundo durante vários séculos. Acusar os judeus da condenação de Cristo não quer dizer de forma alguma se autodenominar anti-semita. Falar nisso é uma questão totalmente histórica, pelo menos bíblica. Taxar essa questão dessa maneira é entrar na moda contemporânea de anti-racismo. Moda essa negativa, onde não se pode mais se expressar opiniões, prejudicando o estado de direito e de democracia. Que diferença há em dizer: Os judeus mataram Cristo e o Hitler (ou os alemães) matou (aram) os judeus? O evento da 2ª Guerra Mundial não fora de fato um evento histórico? Como os que afirmam isso não são denominados de antigermânicos? Não se pode negar um evento histórico e os que nele estavam, deixando sua marca, sendo positiva ou negativamente.
Teria a possibilidade de nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, no que se refere ao “povo” que eles citam, serem germânicos, gauleses, romanos? Também é provável que não. Germânia e Gália estão muito distantes dali e os romanos eram a minoria em meio a quantidade de judeus. Apesar de não expressarem claramente como João, há uma forte tendência de que queriam se referir aos judeus.
Ao longo da história, os judeus foram mais vítimas que carrascos. A própria Bíblia relata sua escravidão no antigo Egito (sendo libertados por Moisés), depois no início do século XX na França, dando início ao movimento racista denominado antisemitismo, e, ao evento mais marcante do conhecimento de todos, a II Guerra Mundial. Hoje ainda vemos sua vitimação através da constante luta pelo reconhecimento do estado palestino dentro de Israel.
Ressalto uma coisa muito importante e que seja bem clara para os leitores: nunca se deve julgar os povos pelo seu passado. Os alemães contemporâneos não podem carregar a culpa do genocídio e os judeus não podem ser taxados de culpa pela morte de Cristo. O Papa pediu desculpas pelos erros passados da Igreja e se fosse possível, cada um desses povos também pediria. Mas também não podemos negar as evidências históricas ao relatarmos tais feitos e negarmos a participação de certas pessoas ou povos para evitar a crítica.
Não sou anti-semita e muito menos tenho alguma aversão a qualquer sociedade. Mas, ao olhar a História e perceber tais atos feitos por tais pessoas e escrever sobre isso, não me faz disso “aquele que aponta o dedo”, mas demonstrar diferenças sobre aquilo que se é e o que não é. O passado, nesta questão, não justifica o presente.
“A multidão, tendo subido, começou a pedir que lhes fizesse como sempre havia feito. Pilatos, então, perguntou-lhes: Quereis que eu vos solte o rei dos judeus? Porque ele sabia, com efeito, que os sacerdotes o haviam entregue por inveja. Os chefes dos sacerdotes, porém, incitavam o povo a pedirem, antes, que, lhes soltasse Barrabás. Pilatos perguntou-lhes de novo: Que farei de Jesus, que dizeis ser o rei dos judeus? Eles gritaram de novo: Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Mas que mal ele fez? Eles, porém, gritavam com mais veemência: Crucifica-o!” (Mc 15, 8-14)
“Depois de convocar os chefes dos sacerdotes, os chefes e o povo, Pilatos disse-lhes: Vós me apresentastes esse homem como agitador do povo: ora, eu o interroguei diante de vós e não encontrei neste homem motivo algum de condenação, como o acusais. Tampouco Herodes, uma vez que ele o enviou novamente a nós. Como vedes, este homem nada fez para que mereça a morte. Por isso o soltarei, depois de o castigar. Eles, porém, vociferavam todos juntos: Morra esse homem! Solta-nos Barrabás! Este último havia sido preso por um motim na cidade e por homicídio. Pilatos, querendo soltar Jesus, dirigiu-lhes de novo a palavra. Mas eles gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o! Pela terceira vez, disse-lhes: Que mal fez este homem? Nenhum motivo de morte encontrei nele! Por isso o solto depois de o castigar. Eles, porém, insistiam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado; e seus clamores aumentavam. (Lc 23, 13-23)
“Pilatos, de novo, saiu e lhes disse: Vede: eu vo-lo trago aqui fora, para saberdes que não encontro nele motivo algum de condenação. Jesus, então, saiu, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E Pilatos lhes disse: Eis o homem! Quando os chefes dos sacerdotes e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu não encontro nele motivo algum de condenação. Os JUDEUS responderam-lhe: Nós temos uma lei e, conforme essa Lei, ele deve morrer, porque se fez filho de Deus.” (Jo 19, 4-7)
Conforme citado e bem visto acima, percebemos claramente nos quatro evangelhos da Bíblia a presença de mais pessoas além dos sacerdotes e dos chefes dos templos na condenação de Cristo. E é aí a problemática desse artigo: quem foram essas pessoas? Conforme nos diz o galileu João, não há dúvidas de que foram os judeus a pressionarem Pilatos em vista dos tumultos feitos no julgamento. Mas, querendo afastar de qualquer maneira a visão anti-semita na crucificação de Cristo, os judeus contemporâneos negam a participação judaica na condenação de Jesus ou simplesmente acusam de anti-semitismo os que ressaltam esse pequeno detalhe nos sermões cristãos. Até Mel Gibson, ao dirigir “A Paixão de Cristo”, foi taxado de anti-semita, pois colocou a presença de judeus no ato do julgamento. Ele respondeu que se inspirou nos evangelhos ao dirigir o filme e, conforme visto acima, ele não estava errado.
Será então a Bíblia ou os evangelistas anti-semitas? Pouco provável, porque eles próprios eram judeus e o próprio Jesus. Não fizeram nada além de relatar um acontecimento histórico muito importante para todo o mundo durante vários séculos. Acusar os judeus da condenação de Cristo não quer dizer de forma alguma se autodenominar anti-semita. Falar nisso é uma questão totalmente histórica, pelo menos bíblica. Taxar essa questão dessa maneira é entrar na moda contemporânea de anti-racismo. Moda essa negativa, onde não se pode mais se expressar opiniões, prejudicando o estado de direito e de democracia. Que diferença há em dizer: Os judeus mataram Cristo e o Hitler (ou os alemães) matou (aram) os judeus? O evento da 2ª Guerra Mundial não fora de fato um evento histórico? Como os que afirmam isso não são denominados de antigermânicos? Não se pode negar um evento histórico e os que nele estavam, deixando sua marca, sendo positiva ou negativamente.
Teria a possibilidade de nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, no que se refere ao “povo” que eles citam, serem germânicos, gauleses, romanos? Também é provável que não. Germânia e Gália estão muito distantes dali e os romanos eram a minoria em meio a quantidade de judeus. Apesar de não expressarem claramente como João, há uma forte tendência de que queriam se referir aos judeus.
Ao longo da história, os judeus foram mais vítimas que carrascos. A própria Bíblia relata sua escravidão no antigo Egito (sendo libertados por Moisés), depois no início do século XX na França, dando início ao movimento racista denominado antisemitismo, e, ao evento mais marcante do conhecimento de todos, a II Guerra Mundial. Hoje ainda vemos sua vitimação através da constante luta pelo reconhecimento do estado palestino dentro de Israel.
Ressalto uma coisa muito importante e que seja bem clara para os leitores: nunca se deve julgar os povos pelo seu passado. Os alemães contemporâneos não podem carregar a culpa do genocídio e os judeus não podem ser taxados de culpa pela morte de Cristo. O Papa pediu desculpas pelos erros passados da Igreja e se fosse possível, cada um desses povos também pediria. Mas também não podemos negar as evidências históricas ao relatarmos tais feitos e negarmos a participação de certas pessoas ou povos para evitar a crítica.
Não sou anti-semita e muito menos tenho alguma aversão a qualquer sociedade. Mas, ao olhar a História e perceber tais atos feitos por tais pessoas e escrever sobre isso, não me faz disso “aquele que aponta o dedo”, mas demonstrar diferenças sobre aquilo que se é e o que não é. O passado, nesta questão, não justifica o presente.
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